Seleção de variantes somaclonais de Prata Anã para resistência a Fusarium oxysporum f. sp. cubense
- Grupo de Estudos da Bananeira
- 5 de nov. de 2018
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A banana é a segunda fruta mais consumida no mundo, no Brasil ocupa o primeiro lugar dentre as frutas consumidas (LUQUINE, 2018). A fruta é produzida em todas as regiões do Brasil, com destaque para os estados de São Paulo, Bahia e Minas Gerais.
Dentre as doenças que afetam essa cultura destaca-se a Murcha de Fusarium ou Fusariose da bananeira, causado por Fusarium oxysporum f. sp. cubense, que é considerada uma das doenças mais destrutivas da bananeira.
No Brasil a doença tem causado grande impacto, seja reduzindo produtividade ou inviabilizando áreas para o plantio de cultivares suscetíveis. Os sintomas externos da doença nas plantas infectadas são apresentados como rachadura no pseudocaule, amarelecimento das folhas mais velhas que se estende para as mais novas, iniciando a partir do limbo foliar até a nervura central.
Os sintomas internos mostram a colonização do fungo no rizoma da planta infectada, são representados por uma coloração marrom avermelhada a escura do sistema vascular. O fungo produz clamidósporos, que são estruturas de resistência que podem sobreviver por até 20 anos no solo (COSTA et al., 2015).

O fungo é classificado segundo o grupo de doenças de McNew como pertencente ao grupo 4, em que o sistema vascular da planta é completamente danificado. Não existe um método de controle eficiente para a doença, nesse sentido a utilização de variedades resistentes é a única forma de minimizar os danos causados pela doença (AMORIM et al., 2011).
Diante disso, a variação somaclonal, tem sido um método utilizado no melhoramento genético, afim de produzir variantes com alto potencial na obtenção de variabilidade desejável na cultura.

A variação somaclonal é de natureza genética ou epigenética decorrente de procedimentos de cultura in vitro (ANIL et. al, 2018).
Alguns trabalhos desenvolvidos no Instituto de Pesquisa de Banana em Taiwan, por exemplo, têm produzido mudas resistentes a murcha de Fusarium a partir desse método.
Nesse sentido, pode-se destacar as variações somaclonais como potencial tecnológico na melhoria de características e mais designadamente para o desenvolvimento de variantes resistentes a doença.
Autora: Mileide Ferreira
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REFERÊNCIAS
AMORIM, E. P.; AMORIM, V. B. O.; SILVA, S. O.; PILLAY, M. Quality improvement of cultivated Musa. In: PILLAY, M.; TENKOUANO, A. (Org.). Banana breeding: progress and challenges. New York: CRC Press, p. 252280, 2011.
ANIL, V. S.; BENNUR, S.; LOBO, S. Somaclonal variations for crop improvement: Selection for disease resistant variants in vitro. Plant Science Today, v.5, n.2, p.44 -54, 2018.
COSTA, S. N.; BRAGANÇA, C. A. D.; RIBEIRO, L. R.; AMORIM, E. P.; OLIVEIRA, S. A. S.; DITA, M. A.; LARANJEIRA, F. F.; HADDAD, F. Genetic structure of Fusarium oxysporum f. sp. cubense in different regions from Brazil. Plant Pathology, v.64, n.1, p.137-146, 2015.
LUQUINE, L., BARBOSA, D., FERREIRA, C. F.; ROCHA, S.; HADDAD, F.; AMORIM. Primeiro relato do nematoide de galhas Meloidogyne enterolobii em bananas no Brasil. Doença Vegetal, 2018.
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