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Fertilização in vivo de bananeira

  • Foto do escritor: Grupo de Estudos da Bananeira
    Grupo de Estudos da Bananeira
  • 26 de dez. de 2018
  • 4 min de leitura

A bananeira pertence à classe Magnoliopsida, ordem Zingiberales, família Musaceae, subfamília Musoideae, gênero Musa, seção Musa, representada por 33 espécies (Hakkinen, 2013).


A bananeira é uma planta herbácea, destituída de caule vegetativo aéreo, apresentando folhas imbricadas umas nas outras, caule subterrâneo ou rizoma é o centro vital da bananeira, pois é nele que ocorre a formação das raízes, folhas, inflorescências e rebentos ou “filhotes” (Soares, 2006).


Seu fruto pode ser de origem silvestre (diploides) que possuem em sua maioria sementes férteis oriundos de polinização cruzada, e de origem cultivada (triploides e tetraploides), que possuem um baixo/ausente número de sementes, possuindo assim uma esterilidade na planta que ocorre devido ao fato de que os alelos da planta mãe podem não segregar e as características maternas são mantidas, resultando em tetraploides (Amorim et al., 2016).


Os frutos da bananeira que não possuem sementes ocorrem pelo processo de partenocarpia, onde ocorre a formação de frutos sem a necessidade da fecundação do óvulo (Simmonds e Shepherd, 1955; Carreel et al., 1994; Dayarani et al., 2011).


Bananas com sementes de Musa acuminata. Fonte Silva, 2017.
Bananas com sementes de Musa acuminata. Fonte Silva, 2017.

Na bananeira a ploidia pode afetar o sistema reprodutivo, resultando em baixa fertilidade, em função de falhas no pareamento dos cromossomos na Metáfase I (Fortescue e Turner, 2011).


Com isso, mesma que a obtenção de sementes de bananeira oriundas de cruzamentos seja possível, a maior produção ocorre entre diploides (Amorim et al., 2016).


A obtenção de novas cultivares triploides e tetraploides é dificultada por sua incapacidade de formar sementes, possivelmente em decorrência de barreiras que impedem o processo de fertilização in vivo (Soares, 2006).


A fertilização in vivo na bananeira é do tipo cruzada, pois a maturação das flores femininas e masculinas ocorre em épocas diferentes (dicogmia) e que geralmente é realizada por insetos. Já a fertilização in vivo controlada é realizada manualmente e para fins de desenvolvimento de novas cultivares por programas de melhoramento genético permitindo a seleção dos parentais e descartando cruzamentos indesejáveis. (Silva et al., 2002; Fortescue e Turner, 2005).


O melhoramento genético da bananeira tem por objetivo concentrar, em um mesmo genótipo, o maior número possível de características favoráveis como partenocarpia, elevado número de dedos e pencas, maior comprimento de dedos, boa formação de cachos e resistência às pragas, doenças e aos nematoides, para posteriormente tentar transferi-las às variedades triploides comerciais, mediante a síntese de tetraploide (Dantas et al., 1993; Silva et al., 1997).


Embora diferentes fatores que podem ser responsáveis ​​pela ausência ou baixa produção de sementes em cultivares de banana tenham sido descritos na literatura, não há informações suficientes para entender as barreiras físicas e / ou bioquímicas que limitam ou dificultam sua produção (Soares, 2006).

Vista transversal com a presença de necrose na região distal do ovário em triploides AAA e AAB. Fonte: Soares et al., 2014.
Vista transversal com a presença de necrose na região distal do ovário em triploides AAA e AAB. Fonte: Soares et al., 2014.

Segundo Nascimento et al. (2003), estudos sobre viabilidade e o desenvolvimento do pólen são fundamentais para estudos de biologia reprodutiva e melhoramento genético de bananeira, pois permitem maior direcionamento e segurança nos cruzamentos realizados para gerar novas cultivares.


Em um estudo realizado por Soares et al. (2014) sobre fertilização in vivo foi utilizado dois parentais femininos triploide (AAA e AAB) e um parental masculino diploide (AA). Com o objetivo de analisar o tamanho gradual dos óvulos de diploide melhorado (AA) e triploides de cultivares de subgrupo Cavendish e Prata (AAA e AAB).


Além de observar na região distal do ovário, local de penetração do tubo polínico para fertilização dos óvulos, a presença de necrose. Onde segundo a autora refere-se que está relacionada a esterilidade em algumas variedades do subgrupo Cavendish e ao baixo rendimento de sementes das cultivares do subgrupo Prata.


Resultando que em bananas diploides obteve um melhor desenvolvimento do óvulo, já nos triploides (AAA) ocorreu um aborto no seu desenvolvimento e a redução de tamanho e nos triploides (AAB) alguns óvulos são fertilizados, porém apresentou um tamanho menor quando comparado aos diploides.



Detalhes desse estudo?



Autora: Naiala Góes.

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Referências


  • SOARES L. T., SOUZA H. E., COSTA C. P. A. M., SILVA O. S., SANTOS-SEREJO A. J. Fertilização in vivo de bananeira. Ciência Rural, Santa Maria, v. 44, n-1, o. 37-42, Janeiro, 2014.


  • FORTESCUE, J. A.; TURNER, D. W. Reproductive Biology. In: PILLAY, M.; TENKOUANO, A. (Org.). Banana Breeding: Progress and Challenges. New York: CRC Press, p. 145-179, 2011.


  • SOARES L. T. Fertilização in vitro: Uma estratégia para o melhoramento genético de bananeira. Dissertação (Mestrado) - Centro de Ciências Agrárias e Ambientais. Universidade Federal da Bahia, 2006. 20.ed. 634.773.


  • AMORIM, E. P.; SANTOS-SEREJO, J. A.; AMORIM, V. B. de O.; SILVA, S. de O. Melhoramento genético. In: FERREIRA, C. F.; SILVA, S. de O.; AMORIM, E. P.; SANTOS-SEREJO, J. A. (1ª Ed.). O agronegócio da banana, Brasília, DF: Embrapa, p. 171-200, 2016.


  • HAKKINEN, M. Reappraisal of sectional taxonomy in Musa (Musaceae). Taxon, v. 62, n. 4, p. 809-813, 2013.


  • DAYARANI, M.; DHANARAJAN, M. S; UMA, S.; GOMATHI, M. Conservation of wild bananas (Musa spp.) through seeds and improved regeneration through seed treatments. International Conference on Green Technology and Environmental Conservation (GTEC, 2011), p. 188-190. Disponível em < http://ieeexplore.ieee.org/document/6167668/ > Acesso em: 23 de dezembro de 2018.


  • NASCIMENTO, W. M.; TORRES, A. C.; LIMA, L. B. Pollen viability in hybrid seed production off eggplant under tropical conditions. Acta Horticulturae, p. 37-39, 2003.

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