Validação de genes de resistência à Sigatoka-negra em bananeira
- Grupo de Estudos da Bananeira
- 24 de dez. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de dez. de 2018
As bananas estão entre as mais valiosas commodities agrícolas. Em 2016, a produção mundial foi de aproximadamente 106 milhões de toneladas com rendimento em torno de 38 bilhões de dólares.
A banana está entre os oito mais importantes alimentos do mundo e figura-se na quarta posição considerando apenas países em desenvolvimento. O Brasil ocupa a terceira posição no cenário mundial, com 7,3 milhões de toneladas em 503 mil hectares plantados e rendimento em torno de 1,7 bilhão de dólares anuais (Faostat, 2018).
Como é observado para outras espécies agrícolas, as bananas e os plátanos são atacados por diversos fitopatógenos, entre os quais fungos, vírus, nematoides e insetos. Os fungos de maior importância são os agentes causais da Sigatoka-negra (Mycosphaerella fijiensis Morelet – Figura 1), Sigatoka-amarela (Mycosphaerella musicola Leach) e mal-do-Panamá (Fusarium oxysporum f. sp. cubense).

As cultivares mais usadas pelos agricultores (banana: ‘Prata-Anã’, ‘Pacovan’, ‘Maçã’, ‘Grande Naine’ e plátanos: ‘Terra Maranhão’, ‘Terrinha’ e ‘D’Angola’) são suscetíveis à Sigatoka-negra e Sigatoka-amarela.
O principal sintoma das sigatokas são lesões amareladas e amarronzadas nas folhas, sigatoka amarela e negra (Figura 2), respectivamente, que comprometem a fotossíntese e, consequentemente, o bom rendimento da cultura.

O sequenciamento do genoma da bananeira (site) (D´Hont et al. 2012), DH-Pahang, um duplo-haploide - de genótipo de M. acuminata, aliado aos avanços nos métodos estatísticos e de bioinformática, tem permitido um avanço inquestionável nas atividades que envolvem biologia avançada em Musa spp..
A técnica de RNA-seq, mais utilizada para identificação de genes diferencialmente expressos durante uma condição de imposição de estresse, vem fornecendo resultados mais próximos da realidade da espécie, uma vez que o genoma de Musa passa ser o genoma de referência para a identificação e mapeamento dos genes.
Sendo assim, dada a importância da doença, a atual proposta visa identificar/validar genes candidatos de resistência à Sigatoka-negra em bananeira para uso na seleção assistida, bem como futuros trabalhos de cisgenia na espécie.
Autor: Sávio Pereira Nunes.
________________________________________________________________________
Referências
CHURCHILL, A. C. L. Mycosphaerella fijiensis, the black leaf streak pathogen of banana: progress towards understanding pathogen biology and detection, disease development, and the challenges of control. Molecular plant pathology, v. 12, n. 4, p. 307-328, 2011.
D´HONT, A. et al. The banana (Musa acuminata) genome and the evolution of monocotyledonous plants. Nature, 2012.
FAOSTAT, F. A. O. Statistical databases. Food and Agriculture Organization of the United Nations, 2018.
MARIN, D. H. et al. Black Sigatoka: an increasing threat to banana cultivation. Plant disease, v. 87, n. 3, p. 208-222, 2003.
Commentaires